terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ócio Religioso


Porque se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe... II Pe I.8


Pedro falava da nova postura que, como participantes da natureza divina, deveríamos tomar: fé, virtude, ciência, temperança, paciência, piedade, amor fraternal e caridade... uma coisa se somando sempre à outra.

Por que será que o ser humano prefere iludir-se?

Por que será que é preferível encher o gazofilácio em vez de encher a barriga de um menino de rua?

Por que será que é preferível bater ponto no templo aos domingos a visitar a viúva, o enfermo, o órfão ou até mesmo um amigo?

Por que será que se defende com unhas e dentes as hierarquias religiosas quando Jesus disse: “Tal não será entre vós”?

Por que será que precisamos de hora e lugar para adorar, deixando de adorar a Deus no trato das pessoas, na honestidade do trabalho, na piedade diante da necessidade e da dor?

Alguém um dia me falou: “Se a gente começar a dar esmolas por aí, vão montar uma barraca na porta da nossa casa...”

De repente é confortável que a “igreja” administre o dinheiro que deveria ser destinado aos pobres. Típico desencargo de consciência. É preferível não pensar.

De repente é preferível seguir as dissoluções dos falsos profetas que negam o Senhor que os resgatou (2 Pe 2.1), pois acreditam que o sacrifício de Jesus não fora o suficiente para sermos aceitos por Deus.

De repente é preferível rejeitar argumentos como estes por puro comodismo, afinal, segue-se normas humanas desde criança acreditando que elas vêm do próprio Deus.

Muitos, embora fazendo carreira na “igreja”, não foram informados ou não querem enxergar que estão apenas voltando ao passado e cumprindo leis alheias.

No novo estado de consciência na qual Cristo nos colocou, somos livres dos sacrifícios da culpa.

Somos livres para sermos filhos e, como filhos, participantes de maiores promessas. Daí o dar fruto não como exercício da culpa, mas como exercício do amor que Ele derramou em nossos corações.

Pedro, inspirado pelo Espírito, diz que se essas coisas se encontrassem em nós e se fossem abundantes, não nos deixariam ociosos no conhecimento do Senhor.

É fato. Se verdadeiramente observarmos os passos de Jesus, não nos faltarão oportunidades para exercermos o amor. E o verdadeiro amor lança fora todo medo.

"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me". Mat 25.34-36



Rosana K. Bulgakov

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