domingo, 19 de dezembro de 2010

Caminhos




Eu pretendia ser alguém invulnerável
Mas por onde passei sofri ambigüidades
Será que poderia chegar lá?

E lá pensava ter chegado
Apenas minutos se passaram e gemia
Mesmo assim, insisti no meu domínio

O domínio dele, insensatamente, abandonei
Então, mais um dia se passou
Tentei, por meus próprios meios, chegar a tempo

O tempo, porém, revelou-me o Eterno
A expectativa de alcançá-lo desabou
Me entreguei, então, à culpa e sofrimento

Mas sofrimentos deixam marcas
Ele mostrou também as suas
Adquiridas qual em meus caminhos

Meus caminhos não foram os seus
Mas seus pesares também tinha
Divindade sendo gente como eu

Eu, vazia, não quis acreditar
Ser a sua luz amor verdadeiro
Capaz de transformar a cada um

E cada um de nós, barro
Argila imperfeita no seu formato
Individualmente incapaz de tornar-se um vaso

E vasos somos feitos por suas mãos
Moldados dia a dia mansamente
Apesar desses caminhos tortuosos

Meu tortuoso domínio limitado
Finalmente a Ele quis oferecer
Modelada té que a tempo chegue lá

Rosana K.Bulgakov

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